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quarta-feira, março 31, 2004

- Tina?

- Tina?

- Tina?

- Tina?

(there's no Tina on our list, darling)

can you move?

ok, everyone, we’re gonna start your engines
tonight’s proceedings will continue in the following fashion:
this side
and that side
your side may not be the right side
and it goes like this:
you, you to the right
you, to the left
can you move?
Marcello
please assist me in rounding up the cattle
not you
perhaps you
and never you
we’re liking what is appearing in this corner here
yes, over there with the large hairdos
yes, fierceness is always welcome
these are role models
step to the right
you gentlemen
please
you, you, to the right
not to the left
you’re right
you, my-my friend
protect me

make way!

and you, you’re the one they were talking about
please
that a contraction, darling?
don’t bother us right now
next
ok, we want all these people to the left in the free elevator
no, Ms. Thing,
you’re not – you’re not giving us quarterflash
into viewing anything like that
no, no, no
left, this evening - straining
we have to do from a clever noun
cuz you’re wrong
next
yes
step to your right
we want you, darling
forefront and outright, darling, you’ve got the cho-cho, you got the tits,
darling it’s all fake
you’re giving us the string of the hermaphrodite

you’re in: go.

terça-feira, março 30, 2004

"Cкажи, зачем я жду звонка?
Зачем немые облака
Плывут ко мне издалека и тают?
Зачем любовь коснулась нас,
Зачем я плачу в первый раз?
Зачем хочу тебя сейчас?
не знаю."

Não sei mesmo.

Há uma calcinha amarela encardida há dois dias junto a um toco morto de árvore ao lado do portão da garagem de ônibus. Choveu loucamente, e vários pontos da cidade ficaram sob as águas enlameadas e escuras, mas a calcinha amarela encardida continuou ali, contando várias histórias aos passantes e despertando medo em culpados e terrores em vítimas, pois não se pode dizer se é uma calcinha infantil ou adulta, nem, muito menos, como ela foi parar no ponto mais ermo daquela rua erma.

Já eu, eu ando como umas quinze pessoas a cada caminhada. Todas elas estão em mim, e fazem parte de mim, como bem ela disse, e todas elas aparecem no meu jeito de andar de acordo com o que estou pensando. E eu penso em muitas coisas, daí eu andar de tantos jeitos diferentes.

Vanity.

Se eu tivesse que escolher, seria um democrata, foi o que eu disse ao provável republicano. Dallas, Houston. You're listening to KTRH. News. Weather. Traffic. All the information you need, when you need it. Thanks for logging on to KTRH. Remember: when the traffic is at its worst, we are at our best. Depend on it.

O homem no ônibus disse seis vezes que estava indo para o escritório, de onde ele partiria com o Henrique para Osasco, antes de desligar o celular. Já a mocinha na rua de cima da minha casa, dizia para a amiga:

-- Tudo que eu tenho pra dizer, você sabe, eu digo na cara, como eu já disse pra você muitas vezes, tanto que você me odiava...

E eu apertei o passo, andando não sei como que pessoa.

Quando o ônibus chegou perto da Vila Madalena, eu senti tanto desânimo que quase desci e voltei.

Quando o ônibus chegou perto da Vila Madalena, eu notei que a Henri Matarasso estava fechando (um caminhão carregava os últimos móveis), e talvez tenha sido essa a origem do desânimo que me fez quase descer e voltar.

Quando o carro do meu pai, ainda com minha mãe e um só irmão, além de mim, passava por ali, eu não sabia que um dia haveria uma estação de metrô, nem que quando eu me aproximasse dela em 30/03/2004 eu me desanimaria, nem que nesse dia eu...

...perceberia que...

...eu preciso...

Não lembro mais qual era o carro do meu pai que passava por ali, nem de onde vínhamos, mas a subida sempre me dava um friozinho na barriga.

Será que ninguém mais estava entregando a chave a Henri Matarasso?

E eu comi, comi, comi loucamente de sexta à domingo. Uma pizza inteira em doze horas. Sanduíches, bolo, litros de chá. Dois pratos no domingo à tarde, além de mai banana split, e risoles de queijo, e pão de queijo, e uma média doce e morna de manhã.

À noite eu não comi.

À noite eu não comi.

À noite eu não comi.

Mas desci na estação Ana Rosa e tomei sorvete, mas isso já era ontem.

Ontem, quando eu precisei chegar mais cedo em casa por não suportar...

...foi por isso que eu cheguei em casa e fui dormir.

Minha avó está um pouco menos conversacional.

E todo mundo viu que a Solange estava cantando de propósito enquanto os outros três tentavam cochilar ao sol; por que ela fez isso?

D-us é justo, e vê tudo, e dá a cada um segundo suas obras.

D-us!

D-US!!!

Please:

Se D-us tivesse um nome, qual seria?
E você O chamaria assim na cara Dele?
Se você estivesse frente a frente com Ele
Em toda a Sua Glória
O que você perguntaria a Ele
Se tivesse direito a apenas uma pergunta?

Sim, sim, D-us é ótimo
Sim, sim, D-us é bom
Sim, sim, sim sim sim

E se D-us fosse um de nós?
Só um trouxa, como todos nós?
Só um estranho no ônibus
Tentando percorrer seu caminho pra casa?

Se D-us tem um rosto, como será ele?
E você quereria vê-Lo,
Se ver significasse que você tem que acreditar
Em coisas como Céu e em Jesus e nos santos e em todos os profetas?

E sim, sim, D-us é ótimo
Sim, sim, D-us é bom
Sim, sim, sim sim sim

E se D-us fosse um de nós?
Só um trouxa, como todos nós?
Só um estranho no ônibus
Tentando percorrer seu caminho pra casa?

Tentando percorrer seu caminho pra casa
De volta pro Céu, absolutamente sozinho
Ninguém ligando em seu telefone
Com exceção do papa, talvez (direto) de Roma

Como um andarilho
De volta pro Céu, absolutamente sozinho
Tentando percorrer seu caminho pra casa, e nada mais

Ninguém ligando em seu telefone
Com exceção do papa, talvez (direto) de Roma


Quem tem tempo de ler posts tão compridos?

Pensamentos tão compri(mi)dos.

Eu devia ter ficado em casa dormindo.

E.R.

Parte I:

Novembro 2003

CID-10 (10ª Revisão) F60.9


Parte II: Problemas de Junta, ou: O que há com meu lado direito??

12/03/2004


RX Seios da Face

Relatório: Hipotransparência do seio frontal direito. Transparência normal das demais cavidades paranasais. Septo nasal ósseo mediano.

Conclusão: Quadro radiológico compatível com sinusopatia frontal direita.


26/03/2004

Esofagogastroduodenoscopia


Introdução do aparelho sob visão direta observando-se:

Esôfago com aspecto normal até 20 cm da ADS, onde observa-se presença de lesão submucosa roxa com cerca de 1,5 cm no maior eixo, em face lateral direita. Mucosa com discreto edema em seu terço distal e com erosões hiperêmicas isoladas ao nível da linha Z. A TEG se encontra a 42 cm da ADS, não se evidenciando hérnia hiatal ou refluxo GE durante o exame.

Conclusão:

- Lesão submucosa em esôfago cervical, sugestivo de hematoma.
- Gastrite erosiva discreta de antro.
- Bulboduodenite erosiva discreta.
- Teste de Urease negativo.

Junta.

Se eu falar que me lembro muito, mas muuuuuuito vagamente do post abaixo, você, meu prezado leitor, e você, minha mui digna leitora, vocês acreditariam?

Pois então. É verdade.

Que triste.

segunda-feira, março 29, 2004

Pois éé----
Chapei aqui no z, e dugutar pe muito dificil.
Bralo mole qarti eascxyuro hahahahahaha
caraca
eu vou ter qye dugutar duireuti qyuabdio aciordar geghehehehehe
vixe
muito ruim....

Comensais.

Pura e simplesmente, comensais.

Quanto a mim, eu tenho um braço em minhas mandíbulas.

Foi tanta a preocupação com o que não tinha acontecido até este exato instante, que eu me esqueci de sofrer pelo que aconteceu ontem. Quem fui eu ontem, meu D-us?!

Quem fui eu ao final de um domingo que começou com uma busca por elevação e terminou com outra, por decadência, essa presença cada vez mais constante nos meus caminhos?

Quem foi aquele que...? Não acredito que eu tenha... E ainda mais que...

Mas, no fundo...

No fundo, eu sei que qualquer comparação que eu fizesse seria blasfema do mesmo jeito.

sexta-feira, março 26, 2004

Eu disse dormir?

Quem me dera! Em que pese a torcida contra, está cada vez mais ficando provado que, pelo menos neste momento da minha existência terrena, não está sendo possível dormir sem aditivos.

"Sonhei" com entidades ruins a noite inteira. Vez após vez após vez foram perseguições, tentativas de possessão e presenças esquisitas naquele quarto tão cheio de adjetivos impublicáveis.

Na hora mesmo em que decidi dormir, lá pela uma, foram pelo menos três as vezes que acordei sem conseguir respirar, e sempre é um mal sinal quando a noite começa assim. Tentei ler, mas minha mente era uma confusão só, e as letras, pelo menos elas deviam estar felizes, tanto que dançavam loucamente nas páginas amarelecidas do (ainda) David Copperfield.

Em um dado momento eu tive a mais clara noção de ouvir passos e sentir alguém parado às minhas costas. Quando tentei me virar para ver quem era, meu corpo não respondia, e várias sensações esquisitas se me acometeram, e só depois de algum tempo consegui "acordar" e me mexer para olhar com muita desconfiança para o escuro aparentemente vazio.

Obviamente, quando o despertador tocou às 4h55, a última coisa que eu fui capaz de fazer foi me levantar. Aliás, acho que só "ouvi" o despertador um bom tempo depois que ele começou a tocar, ou isso foi ontem? O fato é que eu me vi absolutamente incapaz de levantar e cumprir os compromissos da manhã dessa sexta. Grogue, acabei pegando no sono lá pelas oito, quando insistir em continuar tentando ficar de pé não serviria mais de coisa alguma.

...ou quando minhas "companhias" desistiram, pelo momento, ou já tinham atingido seu objetivo, que era acabar com meu dia logo no início. Ronquei até as 10 e pouco, enrolei um pouco e vim para o trabalho, bem menos atrasado do que se esperaria de uma manhã assim.

Infelizmente (talvez) dormir é preciso. Se o único jeito é com 10mg de z., que seja. O que não dá é pra ficar corujando com esse povo dos baixos cantos do além que não tem mais o que fazer. Queria ver eles ficarem aí pagando de assombração a noite inteira se eles tivessem que bater cartão ou escrever textos sobre lugares que eles nunca viram na vida.

Ou na morte, tanto faz.

Och.

Um exemplo de como eu constantemente faço o que eu não devia: postei, mesmo sabendo que algo no texto não está 100%. Sei lá o que pode ser. Digitação, pra variar?

Uá. O negócio é dormir sobre o assunto.

quinta-feira, março 25, 2004

E talvez seja da natureza do ser humano esconder-se atrás de desculpas.

A gente ouve cada uma!

cada um é responsável pelas descisões que toma, pelos caminhos que escolhe, pelas influências às quais resolve ceder.

Se eu estivesse bêbado e atropelasse uma pessoa (aviso: não bebo, nem muito menos sei dirigir), isso não me faria menos irresponsável ou restauraria os ossos quebrados da minha vítima, ou sua vida, caso eu a tomasse por minha atitude.

Seria fácil, então, enumerar os perigos e efeitos do álcool como prova de que eu estava seriamente afetado por seu uso contínuo e indiscriminado, mas que ***** de homem eu estaria sendo, se fizesse isso? Se eu admitisse que o álcool me faz mal, e ainda assim continuasse a usá-lo sob seja lá que desculpa, e a cada situação embaraçosa me pusesse na condição de vítima de meus próprios impulsos, que c**** de homem eu seria? Esse conhecimento todo não me faria ainda mais responsável por minhas ações?? Impulsos, qualquer animal tem. O que nos diferencia deles é a consciência de ter que moldá-los, dia após dia, a ferro e fogo, sob pena de não ter a quem culpar, quando não houver mais saída, além de nós mesmos.

Eu faço muita besteira, todos os dias. Muita. Mas invariavelmente me vejo, um minuto antes de tomar um caminho menos feliz, invariavelmente me vejo diante de uma escolha, já que não sou mais criança e sou capaz, se não de prever, pelo menos de suspeitar de algumas das conseqüências dos meus descaminhos.

Se eu fizer, ou melhor, quando eu faço besteira, o responsável sou eu, e acabou. Se eu tenho fraquezas morais, a responsabilidade é minha de emendá-las na medida do possível, e cuidar para que elas não prejudiquem ninguém além de mim. Da mesma forma, não sou responsável por absolutamente ninguém e não vou admitir que essa responsabilidade me seja imputada sem mais nem menos. Isso não.

Voltando ao exemplo do motorista bêbado, há um sem-fim de problemas que eu poderia atribuir a familiares cujos desmandos e absurdos jamais são questionados por não sei que medo louco de virar para a pessoa e perguntar se ela se lembra do que fez ou falou quando estava bêbada. Eu mesmo não enfrento. Poderia até dizer que não fui criado para esse tipo de confronto, mas de que isso resolveria? Eu citei algumas das coisas das quais fui feito responsável há uns dias aí (jubilar na faculdade pra "desestruturar" o pobre e indefeso indivíduo!!). É muito cedo, lo creo, para viver uma reprise.

E não sei não, mas acho que ando desenvolvendo o estranho costume de não participar com o mesmo interesse de antes, de joguinhos auto-destrutivos de empurra-empurra emocional. Quem sabe não posso com isso alimentar a esperança de um dia ser capaz de me retirar de quaisquer relacionamentos sem pé nem cabeça, sem a menor cerimônia?

Mas, vai saber. De repente, no olho dos outros tem um cisco, e eu estou aqui falando um monte, alheio ao argueiro no meu.

A primeira endoscopia a gente nunca esquece. E sabe por quê?

Porque você não se lembra de nada, ora pois.

Tenho um certo medo de ficar por demais acostumado a lapsos induzidos de memória.

Por exemplo: eu tinha me esquecido do quanto é boa a Brasil 2000. Rapaz.

quarta-feira, março 24, 2004

Eu trabalho com duas (ou três, que uma está de férias) Doras Spenlow. Uma delas falou ao mesmo tempo uma frase com a amiga, e pôs-se a enumerar nos dedinhos o alfabeto:

-- Pensando em ti está... (conta conta conta) e ódio sente de mim?? Ai! Peraí. Lu? É de você que sentem ódio, porque você também ouviu!

O pior é não ter nem que forçar demais a mente para imaginar quem me odeia neste momento.

A noite é fria, e o sono não vem nem com aditivos.

Caetano perambula preocupado pelo quarto, braço esquerdo sobre a barriga, preso pelo direito, cuja mão ampara o queixo que se move a cada "ou não" sussurrado repetitiva e maquinalmente:

-- Ou não. Ou não. Ou não.

Ou não.

Gal saiu pra fumar. Disse Bethânia:

-- Menina, guarda esses peitos que tá frio!, mas ela nem ligou. Minha cachorra acordou ao ouvir o barulho da porta da frente (Gal gosta de fumar na calçada) e animou-se, achando que ia sair para um passeio. Ela uivou, e a musa uivou junto, e Caetano uivou junto, e Bethânia fez muxoxo porque sua voz era muito grave para aquilo.

Gil não se atreve a passar nem pelo bairro, muito menos pelo meu quarteirão, não depois de Quanta. Sem ele, os outros baianos ficam algo mais introspectivos. Eu não a estou vendo, mas sei que, na sala, a irmã do filho de Dona Canô ri sozinha de algum acontecimento divertido dos bastidores de seu mais recente show. Ou talvez ria de si mesma, já que reclamou dos peitos de Gal mas mantém, ela mesma, os pés descalços no chão. Eu não a estou vendo, mas sei que ela quando ri não parece um dia mais velha do que quando gravou Tigresa.

Caetano parou de andar e me observa enquanto digito. Mesmo de perto ele é tão pequenininho! Dá medo de, num gesto mais brusco, quebrá-lo. Ele lê isto e sorri, numa timidez que pode ser verdadeira ou estudada, como tudo mais nele.

-- Que que eu lhe fiz?, ele me pergunta, com a mão esquerda em meu ombro e pendendo os quadris em minha direção. Eu respondo que ele não me fez nada, que estou apenas sem sono, e ele finge que acredita, segundos antes de ser capturado de novo por seus pensamentos e voltar a andar pelo quarto recitando seu mantra, sua oração. Ou não.

De repente Gal entra correndo, na certa com medo de ladrão (um alarme de carro disparou por nem um quarto de minuto, mas isso, para ela, e o fim do fundo, são conceitos bastante parecidos). Bethânia vai fechar tudo, e minha cachorra ilude-se de novo.

-- Mas, meu lindo, você não tem que dormir?

-- Tenho, Caê, mas não consigo.

-- E foram 10mg que você tomou, foi?

-- Isso.

-- Então tome mais 5. Aquela metadinha que sobrou de ontem. E apague esse micro e se deite, que esse tic-tic-tic tá acabando comigo.

-- Minha avó está dormindo? Ela não acordou com Bethânia?

-- Não esquente sua cabeça não, com isso. Bethânia já se foi. Agora vá dormir, que eu me vou também. Fique bem. Gal, vá lá e apanhe seu violão, e venha cantar "Baby" aqui pra Luis enquanto não faz efeito o comprimido. Não, não cante "Meu Nome É Gal" não, porque nessa você grita muito e já passou das duas.

(Ela vem e começa a cantar cheia de sentimento, mas em tom contido, que estamos na maior cidade da América do Sul. Da América do Sul. Você precisa. Você precisa.)

-- Mas Caê -- eu tento dizer, mas ele me interrompe antes mesmo que eu pense no que eu acho que sei que gostaria de perguntar pela enésima vez.

-- Shhh..., ele faz com doçura, tanta que até Gal se cala. Eu acho que ouço uma voz que me diz "não fale, sonhe", mas quando olho à minha volta estou sozinho, sem viva alma a quem dizer que tenho medo de pensar que as partes boas do meu sonho são tão possíveis (e talvez se aproximem tão inexoravelmente) quanto as ruins.

terça-feira, março 23, 2004

E foi assim, também, que minha terça-feira terminou.

Antes, contudo, insisto: toda vez que a música do La Bouche vai começar, e a poderosíssima Melanie Thornton (que se foi cedo, cedo) fala la da da de da da pela primeira vez, com uma batida única e ribombante no fundo, parece que o mundo inteiro prende a respiração por um momento, apenas para, no instante seguinte, jogar os braços pro alto e chacoalhar no ritmo como uma foto polaróide.

É.

Isso faz muuuuuuito mais sentido em inglês.

Foi assim que começou minha terça-feira:

1. Thelma Houston - Don't Leave Me This Way
2. Diana Ross - Upside Down
3. Joycelyn Brown - Somebody Else's Guy
4. Chaka Khan - I Feel For You
5. Whitney Houston - I Wanna Dance With Somebody
6. Pointer Sisters - I'm So Excited
7. Michael Sembello- Maniac (Flashdance)
8. Nena - 99 Red Balloons
9. Nina Hagen - New York, NY
10. Paula Abdul - Straight Up
11. Communards - Don't Leave Me This Way
12. La Bouche - Be My Lover
13. Masters At Work feat. India - I Can't Get No Sleep
14. Shakira - Ojos Asi
15. Anastasia - Outta Love

As músicas linkadas não foram selecionadas a esmo, nem as outras fazem menos sentido por não terem sido.

segunda-feira, março 22, 2004

Eu não sei mais quando estou de óculos, ou quando estou sem.

Em outras palavras, não sei mais o que me é natural ver, ou o que preciso de apoio para enxergar mesmo que a dois palmos do meu nariz.

Como, num final de semana em que eu domi cerca de 32 horas, pode ter acontecido tanta coisa?

Sexta-feira choveu o dia inteiro: anoiteceu por volta das quatro da tarde e depois, luz do dia, não mais.

Mas eu saí feliz do bar, com uma sensação de bonding que eu não sentia há algum tempo. Mesmo no ônibus eu ia sorrindo, bobo alegre, tanto que nem me importei com o motorista ranzinza que viu no meu "espera um pouquinho, por favor" algum tipo gravíssimo e ccapital de ofensa.

Se bem que é engraçada, a idéia de parar um ônibus para que eu pudesse usufruir por um dois segundos mais a noite que tinha sido surpreendentemente divertida. Um ônibus. Uma máquina daquele tamanho. Pelo menos uns quinze passageiros (vidas, destinos), para não mencionar o trânsito monumental da avenida (mesmo àquela hora da noite). Obstruídos para minha conveniência.

Entretanto, quando cheguei em casa, e mesmo durante o caminho, todas as imagens tinham fantasmas, como se tudo o que minha alma via fosse projetado em uma velha televisão em branco e preto.

Eu venho sonhando com esses fantasmas há dias.

Mas eu falava sobre TVs. A colorida, eu assisti até as 3. Tomei minha sleeping pill menos por falta de sono (foi um esforço chegar ao final de Third Watch, mas fico feliz por tê-lo feito), que por vontade de não acordar tão cedo. Quando acordei, treze horas depois, meu corpo era todo peso, assim como meu coração, mas eu teria permanecido na horizontal por todo o sábado se eu não houvesse prometido à minha ainda esposa que a acompanharia ao seu bar preferido.

Lá, descobri que estou cada vez mais acostumado com a tal da Kronenbier, e fiz grande alarde de suas qualidades para as senhoritas presentes. A Flávia estava por perto, mas não a vi. Outras ausências foram grandemente sentidas.

Num lampejo de genialidade às avessas, na saída do bar, engoli discretamente a cápsula de sono, achando que estaria em casa muito antes de qualquer efeito. Súbito, tudo e todos viraram borrões, flashes escuros tingidos de vermelho pelos letreiros dos bares, e agora me visita a impressão de talvez ter ficado mais sociável que de costume.

Tia D. pôs Evanescence no som do carro, e eu batuquei no porta-luvas e cantei (baixinho) algumas músicas. Depois disso, há um hiato de duas horas. Não sei onde desci, nem como cheguei em casa; lembro-me apenas e muito vagamente que em algum momento uma das meninas desceu, e a lógica me diz que isso pode ter sido na estação Paraíso. Talvez eu tenha descido com ela, mas não posso dizer com certeza porque, a partir desse momento, minhas lembranças do caminho que peguei para voltar para casa na sexta-feira se impõem e roubam qualquer vestígio de recordação do que quer que tenha acontecido nesse meio-tempo. Acho que me lembro de como abri a porta. Meu irmão e meu pai estavam na cozinha da casa deles, e me deram mini-pizzas, mussarela e molho de tomate. Comi três, tomei chá de alguma coisa e assisti alguma coisa na TV que gostaria muito de saber o que era. Cold Case? Não, isso foi na sexta, antes de Third Watch. Não sei.

Foi nesse estado mental que escrevi um e-mail pro Sparkazul, que, por sua vez, estava ocupado quebrando um dedo do pé com a estante e desmaiando (palavras dela).

Cinco horas de sono aditivado depois, eu estava de pé para meu compromisso dominical. Isso mereceria um post isolado, mas não estou muito certo quanto a comentar o assunto assim, publicamente. Vou apenas registrar o desespero que foi descobrir, já atrasado, que havia perdido minha carteira na noite anterior -- com (quase) todos os documentos originais, além do cartão do banco. Foi aí que eu descobri a extensão do rombo na minha memória, porque eu não tinha a menor noção do momento em que poderia tê-la perdido.

Conformado, fui fazer o que tinha que fazer, acompanhado por uma amiga com quem passei quase todo o domingo, e que inclusive estava ao meu lado quando recebi de minha esposa uma mensagem avisando que eu tinha, na verdade, esquecido a benedita no carro da Tia D.

Alívio? Relativo, pois pouco depois essa amiga resolveu presentear-me com a carteira perfeita, que repousava inocentemente na vitrine de uma loja de surf do Shopping Osasco. Ah. Onde estava essa carteira quando eu entreguei (com mixed emotions, confesso) vários reais na skate shop por uma outra com foguinhos pintados num dos lados?

Agora tenho uma carteira perfeita e outra que me só vale... por outros motivos.

Mais tarde, a mesma Flávia que estava perto de onde eu, sábado à noite, negociava com minha esposa o local de nossa futura morada, viu-se na situação de trocar nossa balada no Hangar 110 por um boletim de ocorrência, já que seu carro teve a traseira abalroada por um condutor menos precavido. A outra Flávia achou por bem desencanar. Fabiana e Achilles acharam por bem deixar-me no vácuo.

Já eu achei por bem deixar-me atar a grilhões de infinito cansaço, tanto que eu realmente sugeri a minha amiga que fôssemos para nossas respectivas moradas. Logicamente, meu ônibus demorou quase cinqüenta minutos pra chegar. Logicamente, não tinha nada de bom passando na televisão, para anestesiar meu cérebro sobrecarregado por alguns minutos. Logicamente, minha amiga resolveu ligar-me no exato instante em que eu fechei a porta do quarto para dar por encerrado o dia, decidida a não me deixar dormir por algum motivo.

-- Oi, Lu! Liguei pra te acordar mesmo.

Eu levei uma hora para desligar o telefone com a educação e carinho necessários. Depois, mais quatorze horas de sono e eis-me participando desta emocionante primeira segunda-feira de outono, em que o André do Sacha's se esqueceu de guardar meu almoço.

Minha carteira ficou na secretaria da FAU, nem sequer abri o classificado de imóveis que fui buscar em Osasco, o post do outro blog ficou ainda pior que este, já ouvi todos os cds que trouxe, e não acho que conseguirei cumprir algumas das metas às quais me havia proposto cumpri.

Entre mim e as pessoas com quem trabalho, parece haver um fosso intransponível, tão extenso que acho que nenhum deles me vê com clareza, e talvez nem eu a eles.

Até a idéia de estar sozinho hoje me parece esquisita.

Trinta e duas horas dormindo... e sonhando com a mesma situação mal-resolvida, que, no reino dele, toma as feições mais dramáticas e ora me põe em prantos, ora me faz sorrir, ora... bolas.

Ah, essa tarde, que eu acho que o dia a vestiu do avesso!

Vou comer, que talvez meu mal seja esse.

sexta-feira, março 19, 2004

E aí, na sexta que choveu, eu achei isso.

quinta-feira, março 18, 2004

These Are Role Models

Eu desenhei um cara com um uniforme que parece o do Flash, e tentei uma mulher com o torso torcido. Esquisito dizer isso, não? Depois esbocei uma andando, e o perfil de outra de salto alto.

E isso foi (quase) tudo, nessa quinta-feira.

O resto é armazém, e armazém não se diz.

segunda-feira, março 15, 2004

Um assunto morto
Não se briga com isso
Os ouvidos surdos estão dormindo
Uma felicidade cheia de culpa
Tão convidativa (deixe-me entrar)

Pregado à cruz

Eu te sinto
Te entendo
Te acuso

Leve-nos a todos embora
Leve-nos com a correnteza

E então, a noite toda, eles foram estuprados e executados

Mundo de coração frio

Sua língua da qual nunca se ouviu falar
O vasto som que há quando se sai da si nt on ia
A erupção da negatividade
Não é considerada em todas as suas facetas

Queime o dia até o fim

O nervoso
O viajante
O sôfrego

Leve-nos a todos embora
Leve-nos com a correnteza

E então, ao longo do dia, a humanidade brincou com granadas

Mundo de coração frio

E então, à noite, eles talvez façam de armadilha o pentagrama
Extinguindo o sol

Expurgue o homem
Leve-o com a correnteza


sexta-feira, março 12, 2004

Um post Plantão Médico.

Poderia ser assim: um post Plantão Médico. Mas talvez seja apenas resultado da noite mal-dormida.

O fato é que eu saí do apartamento da minha amiga algo depois da meia-noite e meia, e resolvi voltar para casa a pé. Noite quente, Avenida Paulista, segunda noite seguida de desventuras noturnas.

A cidade de São Paulo sempre reserva surpresas aos incautos, e eu saí puro incauto calçadas afora, e me surpreendi com algumas coisas e sombras. Nenhuma mulher apanhando, desta vez, mas... é como se fosse, talvez. Não sei. A gente nunca pode julgar as pessoas porque não pode dizer com 100% de certeza que agiria diferente na mesma situação.

Paulista, e então Brigadeiro abaixo. No boteco aberto, com salgados quentes no mostrador que não me apeteceram nem um pouco depois da pizza de massa muito grossa da Micheluccio, naquele boteco um cliente de aparência muito suspeita olhou pra mim de uma forma muito suspeita, o que levou o atendente a olhar para mim de forma muito suspeita, e a situação toda a descambar para uma suspeita generalizada não feita mais fácil porque o caixa estava aberto, justo naquele momento, e todo o seu conteúdo estava como que ainda mais exposto pelo meu ângulo de visão. Eu comprei um suco que eu não queria e saí dali, das vistas do cliente barbudo e mal-vestido, e das suspeitas do atendente que parecia muito com um jornaleiro que tem máquina de xerox em sua banca onde eu copiava pontos de gramática antes das aulas de sábado nos idos de 2002.

Brigadeiro abaixo, e Ibirapuera à esquerda, e as fontes dançantes obviamente desligadas, e eu fiquei com remorso de caminhar sobre a grama perfeita dos arredores do Monumento às Bandeiras. Filmei o monumento dourado pelas lâmpadas de sódio com meus olhos já um tanto extenuados, procurando abrir uma grande angular ou como quer que os diretores chamam aquelas tomadas em movimento lento que encampam todo o objeto visado, de um a outro ponto.

No céu feito mais especialmente azul-escuro pelas lâmpadas, eu acho que havia uma lua minguante, umas poucas estrelas e algumas nuvens.

Os carros de polícia espreitavam, e entre outros eventos encontrei coisas pelo caminhos que suscitaram reviravoltas que suscitaram nadas: nada. Fiquei sentado por muito tempo à beira do asfalto olhando os carros que passavam, absurdos como qualquer veículo que passa pela madrugada. As pessoas deveriam dormir de madrugada. As ruas deveriam ser fechadas ao trânsito de quaisquer veículos automotores, de madrugada.

A uma certa altura, foi inevitável que eu chegasse à casa onde moro. Entrei e fui direto ao espelho do banheiro ver o quanto eu estava ridículo, estranho ou ameaçador de camisa preta e mochila às costas. Não me achei muito ameaçador, ou mais estranho que o habitual. Acho que o tio maltrapilho do bar viajou.

O sono esperou que eu tomasse refrigerante sem gás e checasse meus e-mails. Ninguém tinha respondido nada, nem havia novos comentários no blog.

Eu li alguns textos de um amigo australiano e, quando acordei, cinco horas e meia depois, era dez e meia, e eu não consegui me levantar, e o Augusto ligou, e a Noemia bipou, e alguém mais ligou mas não deixou recado.

No Hospital Alemão Osvaldo Cruz eu questionei minha presença e indumentária, que parecem sempre tão mal-cuidadas, e, por ser muito alto, de acordo com o operador da mesa, tive que inclinar os joelhos para o raio-x dos seios.

Da face, bien entendu.

O meu amigo do Sacha's não quis dizer o que pessoas que não me conhecem pensam de mim ao me ver.

No departamento, enfim, enfiou-se o resto do dia que foi só t's: tristeza, tontura e tempo, bastante tempo que se precisa atravessar até que alguma coisa qualquer que seja boa realmente se dê.

O couro come, ninguém vê.

quinta-feira, março 11, 2004

Bom.

De repente, alguém pode querer saber mais sobre o Coldplay, ou eu posso simplesmente admitir que gostei do link mas não achei meios de encaixá-lo no que eu estava escrevendo.

A vida é cheia de opções.

Saída estratégica pela esquerda

Quem fala o que quer

Quinta após às nove


Eu poderia dar a este post inúmeros títulos, mas não poderia dar a ele qualquer conteúdo igualmente significativo.

Os dias após a sexta-feira têm sido uma seqüência de questionamentos -- valerá a pena? O que esperar? Como conciliar tudo?

Na dúvida, continuo fugindo das aulas, e deixando a culpa repousar na Seção de Alunos, que não formulou até o momento qualquer esboço de resposta para meus pedidos de regularização de matrícula. A culpa é deles, não minha.

David Copperfield ainda me acompanha todos os dias. É um livro muito pitoresco, porque parece um diário que se escreve enquanto você não está lendo; não algo que foi escrito nos idos de 1849-50. Acho que tenho escrito menos no meu diário porque estou lendo esse livro. Ficam parecendo repetitivas e irrelevantes, minhas desventuras, pra não falar nada do fato d'eu ficar escrevendo (logo após a leitura) com muitos ecos dickenianos.

Hmpf. Que parágrafo péssimo.

E minha pobre garganta, esta fonte sem fim de constrangimento, que não me permite ainda acompanhar Chris Martin em Spies, nem em Shiver, que eu já tinha dominado até nos agudos torturantíssimos (pra minha voz de barítono)! Apelo pra Sparks, que é mais calminha.

Shiver fixou-se num post aí, que perdeu-se no tempo.

Todas as persianas continuam fechadas, e meus olhos têm fome de horizonte, mas aqui não me parece ser um lugar em que se possa ansiar muito por vida. "Por". "Uma". "Vida". "Menos". "Ordinária".

Ah, tudo que eu quero falar e não posso!

Nem sei como, também. Ou quando.

Ontem eu ouvi uma mulher apanhando na rua ao lado da estação, e não soube o que fazer. O homem a ameaçava de morte: se eu fosse, correria o risco de levar um tiro? Fui mais um da boa dezena de covardes que deve ter percebido o que estava acontecendo (os sons surdos dos socos que ele desferia; os berros desesperados dela), mas não fez patavina.

E o pior é que eu acho que poderia, sim, ter feito alguma coisa.

quarta-feira, março 10, 2004

Peito

Este.
Este, que não sabe, mas me fez uma pergunta.
Este, que me escreveu.

Horizonte.

Espinho do lado.

Decifra-me.

Peito.

Extended Apologies

Esta garota e esta garota, que eu preciso conhecer.
Esta a quem eu preciso dizer um nome.
Esta que acendeu um incenso de alecrim no escritório.
Esta que me utiliza, mas disse perceber quando desapareço.
Esta que não tem amigos sinceros.
Esta e esta, entre as quais não encontro um único ponto em comum.
Esta que tem medo de que eu faça o que eu deveria fazer.
Esta que eu vi crescendo.

Esta língua que eu preciso aprender.

Oy.

Eu falaria sobre o dia lá fora, mas todas as persianas estão fechadas, o que não contribui para espantar a sensação de estar encaixotado.

Passei, depois de 15 dias, quase, um fax pra Damaris da assistência médica solicitando autorização para uma naso... nasola... ah: nasofibrolaringoscopia. O otorrino falou que minhas amídalas são maiores que a média. Isso é bom?

Eu sei o quanto isso não é bom.

Eu gostaria muito de falar sobre o dia lá fora, e escrever sobre as nuvens que começaram a se acumular pela manhã, e cujo conteúdo eu achei que fosse desabar sobre mim no meio do caminho para cá, mas não desabou, e eu cheguei seco, e vim por outro caminho, e é assim que eu tenho pensado, nestes tempos. Em frases com pausas esquisitas, quando há pausas.

Esta deveria ter sido minha segunda semana de aulas na facul.

Este deveria ser o terceiro ano desde a conclusão do meu curso, se eu tivesse conseguido conclui-lo em cinco anos (um a mais do que o mínimo, que ninguém é de ferro).

Ah, tudo o que quero falar, não posso!

Melhor sintonizar a KTRH (que o cara da KLIF é muito reacionário até pro meu gosto) e pesquisar mais sobre refluxo gastro esofágico.

Sim, eu optei por não escrever "amídala" com "g", porque meu pai assim me autoriza.

terça-feira, março 09, 2004

Nada.

Hoje a lua estará fora de curso até as 23h04.

Nem sei porque tentei.

segunda-feira, março 08, 2004

Ah.

Eu caí loucamente, e por dias, mas meu nome é Luis. Nada de País das Maravilhas, só um espelho partido.

Enquanto a gravidade estuporava meus tímpanos a urros de "you're my bitch, motherfucker", as imagens que enchiam a minha mente não se preocupavam em conectar-se por qualquer tipo de lógica ou coerência.

Eu passei como um meteoro pelas cinco horas da manhã do sábado, quando o Sr. meu pai, mais do que ligeiramente alterado pela ingestão do que os britânicos chamariam de spirits, entrou aos berros no meu quarto exigindo minha parte do salário da empregada e se entregando às mais gráficas descrições dos usos possíveis da extremidade final do sistema digestivo de um ser humano. Entre outras informações as mais agradáveis que ele teve a gentileza de compartilhar comigo, estava a conclusão, depois de longas observações, que eu tenho a inteligência de um rato.

Vai ver foi por isso que eu acumulei jornais por tantos meses -- dos quais ele, com muito amor, sugeriu que eu me desfizesse, utilizando como incentivo adicional a possibilidade de atear fogo a tudo que bem lhe conviesse. Foi nessa tarefa que passei meu final de semana. Afinal, para alguém que não viu problemas em queimar as roupas da esposa em via pública, jornais não deveria representar grande desafio.

Ah, sim: num brilhante momento de análise da minha psique, ele revelou que, na verdade, eu calculadamente conquistei o jubilamento em minha segunda faculdade inconclusa com o objetivo único de desestruturá-lo! Como eu sou ruim! Maquiavélico, fracassar em tudo na minha vida somente para atingi-lo! Eu sou mal.

E preciso pagar pelos legumes que consumo.

E continuei caindo. Ouvi ao longe o Sr. meu pai e minha avó gritando um com o outro. Meu irmão do meio queria uma impraticável feijoada para si e para a (nova) família, sem que isso necessariamente implicasse maiores dispêndios de sua parte. Meu irmão menor foi a uma festa, e conversou comigo, e me ofereceu pizza e bolachas de chocolate em momentos diferentes, sendo que as últimas, eu aceitei.

No sábado à noite, o Sr. meu pai não conseguia sequer acertar o buraco da fechadura, num clichê doloroso de tão batido. Dona Z. foi dormir em tempo recorde, e eu achei atrás da porta um canto que me esconderia de qualquer pessoa bêbada que porventura quisesse pôr à prova minha auto-estima, mas receio não ter recebido nenhuma visita do tipo.

Subi minha dose de zolpidem de dez para 15mg. Ah. Todos os sonhos de que não me lembro, e o "sonho" de que me lembro muito bem. Eu rezei por ele de novo, depois. Já não é recente a descoberta de que tenho profunda afeição pela maioria (não todos, esclareço) os seres que me assombram à noite.

Pus no terraço uma pilha de jornais com aproximadamente dois pés de altura. Baixei Mr. Writer do Stereophonics, entre muitas outras coisas. Ouvi várias vezes Mr. Writer do Stereophonics:

Mr. Writer.
Why don't you tell'em like it is?
Why don't you tell'em like it really is?


Mas aí o chão veio, e não é o País das Maravilhas, é só outra segunda-feira, e faz (muito) sol, apesar da minha camisa preta.

Eu não estou melhor, nem pior, nem alegre, nem triste. Eu simplesmente não estou. Acho que não estarei por muito tempo.

E os pedaços todos do meu espelho, Achilles, meu velho, não formam imagem nenhuma.

sexta-feira, março 05, 2004

Se eu estivesse na tabela periódica, eu seria este cara aqui, por motivos os mais evidentes.

quinta-feira, março 04, 2004

Evanescence, faixa 11.
Evanescence, faixa 1.

Tudo faz ou nada faz sentido.

Tudo se esclarece ou ainda permanece o mesmo.

Evanescence, faixa 3: e daí? Se eu ainda não pus ainda todos os pingos em todos os is, e daí?

Há dias eu estou me perguntando até quando.

....turn iiinto something beautiful...
....d'you know for you I'd bleed myself dry?...

For you I'd bleed myself dry.

Eu não me importo.
Tu não te importas.
Ele não se importa.

Nós não nos importamos.
Vós não vos importais.
Eles não se importam.

Não, eu não consegui fazer nada o dia inteiro, nada além de me afogar no mais absurdo desespero.

Às 7 começou a taquicardia, que durou intensa até por volta das 8, ou seja, agora, enquanto estou escrevendo. Se parece ter acalmado um pouco, é porque falei com algumas pessoas e fiquei me sentindo imbecil por sentir tudo que eu estou sentindo.

Eu falei com três pessoas, sendo que posso ser útil para uma (ainda que, no final, ela é que provavelmente vai me ajudar muito, como já fez logo de cara), outra, espero, vai ser uma porta para eu sair desse mesmo desespero, e a outra, bem, a outra, e com quem falei primeiro, é o amigo que verei daqui a umas três horas, mais ou menos, e que me olhará por certo com o maior estranhamento, porque eu falei com ele ao telefone como se fosse um louco.

No intervalo entre ele e as duas outras pessoas, eu liguei pela primeira vez para o CVV, porque.

Porque com quem mais eu poderia falar sobre tudo isso?? Eu não poderia falar com mais ninguém sobre nada disso, let alone with the elements involved (no can do, it seems). It all fucking sucks. E eu estou fazendo um papel bem ridículo, pra variar, mas o medo de implodir de novo é muito, e o que são as convenções sociais diante disso? De que me valem as convenções sociais?

Graças a D-us eu não tenho mais Rivotril.

Mas, a bem da verdade, eu não sei se tomaria outra O.D. Não adiantou nada, mesmo, porque eu não tive coragem mesmo de ir até o fim (nem tinha o que me servisse pra isso), e D-us me livre de ficar internado outra vez, now that the cat is out of the bag.

Olha aí, viu só? Esse assunto de novo, como pontapé inicial de outro draminha existencial de significância discutível. I gotta stand my own ground, e minha chefe me deu bronca, mesmo, da outra vez, pela comoção que eu causei no setor.

And,

and.

Eu poderia escrever um rio no outro blog, que não ia adiantar coisa alguma.

and oh so sick i am
and maybe i don't have a choice
and maybe that is all i have
and maybe this is a cry for help


help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help help

E o Coldplay, de fundo, ora me destrói, ora me acalma.

quarta-feira, março 03, 2004

Ainda assim, porque talvez seja isso.

Solidão é que nem saquê (que uma vez eu provei, mas só um pouquinho).

Um peso, um peso absurdo.

Eu escrevi sobre tudo antes de dormir, bêbado de Dickens. Mas isso foi à uma e quarenta e três da madrugada.

Embriago-me de Dickens quando saio daqui.

Sairei daqui em uma hora e cinqüenta e dois minutos, e Dickens me acompanhará, e David Copperfield me salvará, ainda que nada do que aconteceu ontem se repita (ontem os Estados Unidos da América do Norte e a Mãe Rússia cruzaram meu caminho).

Por que por que por que por que por que por que

- eu fui embora pra casa?
- eu não vou até lá e digo, ou suspiro, ou grito?
- eu não tenho como saber quem ou como ou quando?

Vi

bra

ções

po

si

ti

vas,

sentem espíritos superiores emanadas de mim.

Como isso é possível, meu D-us, meu torniquete?

Beats me.

Beat me.

terça-feira, março 02, 2004

Só falta fazer o título e a descrição encostarem na margem esquerda, algo que venho tentando desde que usei este template pela primeira vez.

Dodecafternoon

Sinais vagos sugerem que tudo está bem.

Ou quem sabe estará, no futuro que vem.

Nhem-nhem-nhem nhem-nhem-nhem nhem-nhem-nhem nhem-nhem-nhem.

segunda-feira, março 01, 2004

E aí dá, eu pergunto, pra escrever tudo o que eu estou pensando aqui???

Lógico que não.

Lógico que não.

Saco.

Na faixa 5 do Youth and Young Manhood o tiozinho do Kings perde a voz.

É a quase um minuto do final da música. Depois, bem no finalzinho, depois de deixar a banda tocando um tempo, ele tenta de novo, e não consigo ver a diferença daquilo que ele está fazendo de quando eu tenho alcançar os mesmos agudos que o Layne Staley na segunda metade da faixa 5 (oh) de Facelift.

Porque a primeira metade, até que se leva na boa, o que, no meu caso, talvez não signifique muito.

Motivos pelo qual eu não abandono o curso de Letras

A humilde tradução é minha.

Hysteria
T. S. Eliot

Enquanto ela ria, assaltava-me a consciência de estar sendo envolvido por sua risada e dela tornar-me parte, até que seus dentes parecessem não mais que estrelas acidentais com um jeito especial para executar manobras em grupo. Eu fui reduzido pelos curtos suspiros, inalado a cada recomposição momentânea, perdido, por fim, nas escuras cavernas de sua garganta, moído pela agitação de músculos escondidos. Um velho garçom de mãos trêmulas estava às pressas cobrindo com uma toalha xadrez rosa e branca a mesa verde enferrujada, dizendo: "Se a dama e o cavalheiro desejam tomar seu chá no jardim, se a dama e o cavalheiro desejam tomar seu chá no jardim..." Eu decidi que se o balouçar de seus peitos pudesse ser feito imóvel, alguns dos fragmentos da tarde poderiam ser coletados, e eu concentrei minha atenção com cuidadosa sutileza para este fim.

De 1917 - Prufrock and Other Observations.

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